Tuesday, March 11, 2008

Vontade absurda de escrever.


“Nothing could be bring me closer.
Nothing could be bring me near”.


Ontem eu sonhei que era um monte de veias, um trem de veias, vain train, stand-by-me, train in vain. Como se o corpo sumisse, mas a forma ainda estivesse lá.


“Estou desorganizada porque perdi o que não precisava? Nesta minha nova covardia -a covardia é o que mais novo já me aconteceu, é a minha maior aventura, essa minha covardia é um campo tão amplo que só a grande coragem me leva a aceitá-la -na minha nova covardia, que é como acordar de manhã na casa de um estrangeiro, não sei se terei coragem de simplesmente ir. É difícil perder-se. É tão difícil que provavelmente arrumarei depressa um modo de me achar, mesmo que achar-se de novo seja a mentira de que vivo. Até agora achar-me era ter uma idéia de pessoa e nela me engastar: nessa pessoa organizada eu me encarnava, e nem mesmo sentia o grande esforço de construção que era viver. A idéia que eu fazia de pessoa vinha de minha terceira perna, daquela que me plantava no chão. Mas, e agora? Estarei mais livre?”


No sonho, os corpos de veias agitavam-se numa boate com luz negra e via-se, então, seus esqueletos compostos de nada.


“And then nothing turned itself inside-out”.


Será que eu vou contar se os parágrafos do conto têm 9 ou 11 linhas? É preciso manter a homogeneidade do texto.


HOMO

GENEI

DADE


Será que há uma veia homo? Homo duplação, Homo sapiens.


“Cogito ergo sum”

“Existo, logo penso”

Existo

Penso, penso, penso, penso


Pensa, pensas, penas, para, pára, Pará, pena, pano, paina.


(Quando eu era pequena, meu tio me falou que eu tinha cabelo de paina.)


Paineira


(Quando eu era pequena, uma das coisas que eu mais gostava, era de ver as garças chegando na paineira, na beira da lagoa em Sete Lagoas. Número mágico. Número místico.)


“Não tenho eira nem beira não

Tenho eira nem beira

Não tenho eira nem beira”


Que eu gostava, De que eu gostava, De que eu me lembre, Que eu lembre... (maldita regência!)


me

em

co me

co ming

ee-cummings


i have found what you are like

        the rain,

(Who feathers frightened fields
with the superior dust-of-sleep. wields

easily the pale club of the wind
and swirled justly souls of flower strike

the air in utterable coolness

deeds of green thrilling light
with thinned

newfragile yellows

lurch and.press

-in the woods
which
stutter
and

sing

And the coolness of your smile is
stirringofbirds between my arms;but
i should rather than anything
have(almost when hugeness will shut
quietly)almost,
your kiss"

“Everybody is making love or else expecting rain”.


Ontem eu sonhei que a gente tava transando loucamente. Você passava sua língua em mim, víbora nervosa, como uma multidão de cobras. Me arranhava com sua barba, me chupava inteira, me sugava o sangue (“venha me beijar, meu doce vampirooo-uhu”) Assim mesmo, sem poesia, sem meias-palavras. No canto esquerdo do quarto, o velho jeans desbotado e jogado no chão. Do outro lado, minha velha máquina de escrever (“O velho e o novo na repetição”). Recordar, repetir, elaborar.


Tenho uma estranha predileção por homens fracos.


(E a bendita da conclusão? “A conclusão retoma a introdução e amarra as idéias do texto. Não introduz nenhuma idéia nova”)


“Mas, e agora? Estarei mais livre?”

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